Não.
Não aguento mais ouvir teu nome
Ler teu nome
Sentir teu nome
Em qualquer objeto que toque
Desde o cigarro que inutilmente trago
O vinho que suntuosamente tento engolir
Aos papéis em que agora me debruço.
Eu não agüento mais.
Não suporto o peso
Do que poderia ter sido diferente
Muito menos o fato
De não me importarem mais todos os odores, as vidas, e as bocas do mundo
Já que o meu mundo se fez em você
Como dormir?
Se acordado trago a única certeza de lhe ver
Fecho os olhos e há cerca de dois palmos
Eternas milhas de minha vida,
Aí está você
Por que dormir?
Se nem aos sonhos me restaram suas unhas em minha pele
E se a última lembrança que tenho
São os felizes e dilacerantes sons do nosso amor materializado.
Não.
Eu nunca mais quero dormir.
E,
Caso falhe nessa,
Mais uma de minhas insólitas promessas,
Me acorde. Por favor, me acorde.
Sempre com seus sonolentos lábios sobre minhas costas
Mesmo que então
Eu nunca mais queira acordar.
- Ian Viana

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